MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Ópera de rua recria nascimento de Jesus com trilha ao vivo, no Recife

 

‘Baile do Menino Deus’ terá apresentações de sexta (23) a domingo (25).
Cantata natalina deve atrair 60 mil pessoas ao Marco Zero.

Luna Markman Do G1 PE
Esqueça trenó, renas, neve e Papai Noel. Em Pernambuco, sses símbolos natalinos famosos no mundo todo foram substituídos pela originalidade da cultura popular nordestina na hora de celebrar o nascimento do menino Jesus. A partir de sexta-feira (23) até o domingo (25), sempre às 20h, o Marco Zero, no Bairro do Recife, receberá o “Baile do Menino Deus – uma brincadeira de Natal”, espetáculo ao ar livre inspirado nas tradições locais, que deve atrair mais de 60 mil espectadores. A entrada é de graça.
Baile do Menino Deus (Foto: Divulgação)No Marco Zero, "Baile do Menino Deus" conta com trilha executada ao vivo (Foto: Divulgação)
A montagem, criada há 28 anos, há oito é apresentada em formato de cantata: a trilha sonora é executada ao vivo por orquestra, coro adulto e infantil, além da participação de cantores solistas. Este ano, estão escalados para cantar Silvério Pessoa, Virgínia Cavalcanti, Jadiel Gomes e Renata Rosa. Somados aos atores e bailarinos, 80 pessoas sobem ao palco para contar a história de Mateus, que anda seguido por uma trupe de crianças.
Eles procuram uma casa onde nasceu um menino. Eles encontram a residência, porém a porta está fechada. Depois de mil peripécias, que incluem a participação de personagens como a burrinha Zabilin, a ciganinha, o anjo bom, o sol, a lua, a estrela e o monstro Jaraguá, os donos da casa aparecem: José e Maria. Mateus, então, pede licença para realizar um grande baile, que nada mais é que a festa natalina, em louvor ao nascimento do menino Deus.
Espetáculo é inspirado em figuras da cultura popular nordestina (Foto: Divulgação)Espetáculo é inspirado em figuras da cultura
popular nordestina (Foto: Divulgação)
O texto e as letras das canções são de Ronaldo Correia de Brito e Assis Lima. As músicas, de Antônio Madureira. O espetáculo surgiu em 1983, quando os parceiros queriam criar uma obra que fugisse dos "natais enlatados". “Acredito que cada lugar deve ter um espetáculo seu, que combine com a sua cultura. Nós somos tão ricos que não temos que copiar ninguém. Nosso Natal não precisa ter trenó, renas, neve falsa, aquele Papai Noel do comercial. O nosso Natal é quente, nordestino, brasileiro e ibérico”, defende o autor e diretor Ronaldo Correia de Brito.

Essas características são encontradas na trilha sonora recheada de ritmos regionais, como o maracatu, caboclinho, frevo e marcha de bloco, e na coreografia, com reisado e pastoril, além da concepção cênica inspirada nos tradicionais autos natalinos, conhecidos pelas pastorinhas.
Inicialmente,o Baile foi lançado como disco pelo selo Eldorado - hoje, é distribuído pela gravadora Trama. Atualmente, há centenas de montagens de teatro e dança espalhadas pelo Brasil. Se é possível inovar o espetáculo após tantos anos em cartaz, Ronaldo Correia de Brito responde: “sempre mudamos algo no cenário, nas coreografias, trocamos intérpretes, mas não podemos mudar muito, pois as pessoas querem sentir aquela mesma emoção que sentiram ao vê-lo pela primeira vez”, explicou.

Durante a temporada no Recife, a nova edição do livro "Baile do Menino Deus", com ilustrações do mineiro Flávio Fargas, estará à venda.

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