MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Mosquito voa no Sul-Americano Sub-15 e faz planos de ficar no Vasco

 

Melhor jogador da competição curte bom momento, faz planos para o futuro e garante que não vai largar o apelido e nem o clube carioca

Por Luna Vale Rio de Janeiro
 
Para muitos, Thiago Rodrigues ainda é um desconhecido no futebol. Mas os rivais do Brasil no Sul-Americano Sub-15 conhecem bem o jogador. Talvez não com esse nome. Mosquito fez jus ao apelido durante a competição, com habilidade e rapidez, fez um "zum zum zum" na defesa dos adversários, se tornou o artilheiro, com 12 gols e foi eleito o melhor jogador do torneio.
Quem ouve falar em um jogador com o apelido de "Mosquito", pensa logo em um jovem elétrico e agitado. No entanto, Thiago é tímido, de poucas palavras e ainda não está acostumado com o assédio da imprensa. Com o voo no Sul-Americano, o jogador da base do Vasco passou a ser mais conhecido pela torcida. Para o futuro, ele garante que não quer se desfazer do apelido.
- Não tem mais como, já pegou - admite.
Mosquito com o troféu de artilheiro e melhor jogador do Sul-Americano Sub-15 (Foto: Luna Vale/Globoesporte.com)Mosquito com o troféu de artilheiro e de melhor jogador do Sul-Americano Sub-15 (Foto: Luna Vale/ Globoesporte.com)
O estilo de jogo poderia justificar o apelido. Rápido, hábil e com precisão para marcar os gols, foram 12 nos sete jogos do Sul-Americano. Mas também não é por isso que Thiago ganhou um novo nome. Quando jogava futebol de salão no Fluminense, seu treinador contou que o menino era parecido com um amigo seu, conhecido como Mosquito. A partir de então, o apelido ficou.
A mãe Andreia, chamada pelos amigos do jogador de "Dona Mosquita", conta que o filho sempre sonhou em ser jogador. Aos cinco anos, a avó Dona Eliete, conhecida como Baiana, levava o neto para a escolinha. Depois, passou pelo Fluminense e pelo Flamengo, mas foi parar no Vasco no início de 2009, porque o clube da Gávea não fornecia ajuda de custo. No mesmo ano, foi campeão estadual de campo e de futsal atuando pelo time mirim (12 e 13 anos). Em julho de 2011, foi campeão da Mini-Copa América Sub-15 com a Seleção Brasileira. Era o início de uma trajetória com a amarelinha que ganha a cada dia novos capítulos, como a conquista do Sul-Americano na última semana.
- Graças a Deus deu tudo certo. Estávamos focados na competição. Passamos um mês treinando na Granja Comary e 15 dias no Uruguai. Não deu tempo de conhecer nada, era só treino e descanso - relembra Mosquito, que há um mês conquistou o Campeonato Carioca na categoria infantil (14 e 15 anos).
Mosquito com o troféu de artilheiro e melhor jogador do Sul-Americano Sub-15 e a mãe (Foto: Luna Vale/Globoesporte.com)Mosquito com a mãe Andreia Rodrigues no
aeroporto (Foto: Luna Vale/Globoesporte.com)
Caseiro, Mosquito mora no bairro de Pechincha, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, com a mãe e o padrasto Jeverson. A família sempre incentivou a carreira do jogador, inclusive, o acompanhando de perto durante a disputa do Sul-Americano no Uruguai. Andreia conta que passou a viver o futebol em função da paixão do filho e não esquece a experiência de ter estado junto com ele nessa conquista.
- Foi muito emocionante estar lá no Uruguai. Chorei muito, principalmente quando entregaram os troféus. Ficamos no mesmo hotel na final, quando ele tinha uma folga, ia para o meu quarto. Só de estar perto dele já foi maravilhoso. A própria comissão técnica falou que essa força que eles tinham vinha do apoio dos pais - relembra emocionada.
Fazer faculdade está nos planos da revelação
Mesmo com a carreira de jogador encaminhada, Mosquito não deixa os estudos de lado. Terminando o primeiro ano do Ensino Médio, tem os pés no chão e planos de cursar faculdade. A mãe dá forças e ressalta a necessidade de o filho estudar mais uma língua, para poder "se virar nas viagens".
- Pretendo continuar estudando, porque ninguém sabe quem vai chegar no profissional. Tenho fé, acredito muito que vou chegar, mas tenho que continuar estudando, porque daqui para frente ninguém sabe. Quero fazer faculdade de Educação Física - garante Mosquito.
Fora da escola, que fica na sede do clube em São Januário, o adolescente se diz um menino família. Gosta de ficar em casa e curtir a namorada Bruna, com quem namora há mais de três anos. O único lamento é não poder ficar até tarde na rua, como seus colegas, por causa de treinos no dia seguinte. Mas diz entender e aceitar que foi o caminho que escolheu. Seu comportamento tranquilo e sua dedicação aos treinos rendem elogios dentro do Vasco
- É um típico menino de 15 anos. Estuda, é bom com os colegas, tem uma família bem equilibrada. É bom companheiro, bom colega. Cumpre todas as obrigações dentro e fora de campo, não chega atrasado. É um exemplo de atleta e de família - afirma o gerente das categorias de base do clube, Humberto Rocha.
Mosquito em ação pelo Vasco na final do Carioca Infantil (Foto: Raquel Vieira/Vasco.com.br)Mosquito em ação pelo Vasco na final do Carioca
(Foto: Raquel Vieira/Vasco.com.br)
Planos de permanecer no Vasco
No próximo dia 6, Mosquito completará 16 anos. A partir de então, já pode assinar o primeiro contrato profissional. Apesar de diversos jogadores terem sofrido assédio de clubes europeus durante o Sul-Americano, Mosquito garante querer ficar no Vasco.
- Meu plano é chegar no profissional no Vasco, conseguir uma carreira lá dentro. Eu gosto do clube. Tem que sentar com eles, conversar, ver o que vamos resolver. Eu só me preocupo em jogar, minha mãe que vê essa parte de proposta - explica o jogador, que tem Alexandre Pato e Ronaldo como ídolos.
A mãe garante que quer ver o filho jogando no Brasil ainda por muito tempo. E, se depender do Vasco, a história terá um final feliz. Segundo Humberto, o clube já está formulando um contrato para apresentar ao jogador.
- Queremos que ele fique na base, chegue ao profissional e seja um ídolo. Não só do Vasco, como também do Brasil - exalta o gerente das divisões de base.

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