MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Medida incentiva estocagem de etanol para regularizar abastecimento

 

Bancos oficiais federais oferecerão linha de crédito subsidiada para usinas.
Taxas de juros dos financiamentos ainda serão definidas.

Do Globo Rural
A estocagem de um volume maior de álcool deve crescer nas usinas brasileiras. O governo publicou no Diário Oficial uma medida provisória que pretende facilitar esse procedimento para evitar mudanças bruscas no preço do combustível. As taxas de juros dos financiamentos para a estocagem ainda serão definidas pelo Conselho Monetário Nacional.
O governo quer garantir a estabilidade dos preços do álcool na entressafra da cana. Neste fim de ano, por exemplo, ficou desvantajoso abastecer os carros com o combustível. O problema surgiu porque a produção brasileira de etanol teve uma redução de 17% ao longo de 2011. A medida provisória, divulgada na segunda-feira (26), pretende começar a corrigir a situação. Para facilitar a estocagem do álcool, os bancos oficiais federais vão oferecer uma linha de crédito subsidiada para as usinas e parte dos juros ficará por conta da União.
Foi em um contexto de falta de álcool no mercado interno que os produtores brasileiros receberam, na sexta-feira (23), a notícia que veio dos Estados Unidos. O Congresso Americano não renovou a cobrança da taxa de importação sobre o etanol para o próximo ano. Para entrar no mercado norte-americano, o etanol brasileiro pagava uma sobretaxa há 30 anos. Agora, essa sobretaxa deixa de existir.
Para o economista Roberto Piscitelli, da Universidade de Brasília, as medidas podem estimular o aumento da produção brasileira de etanol a médio prazo. Mas, segundo ele, o governo precisa em primeiro lugar abastecer o mercado interno.
“Talvez, a gente tenha que colocar algumas travas ou estabelecer algum tipo de disciplina, quem sabe, no sentido de que esses estímulos representem algum benefício ou dêem um retorno ao consumidor brasileiro. O consumidor brasileiro é prioritário. Nós não podemos atender a essas necessidades do mercado americano em detrimento do consumidor brasileiro. Eu acho que isso é fundamental”, explica Piscitelli.
Outra questão que o economista destaca é a necessidade de aumentar a produção de cana. “A gente teve uma queda substancial da produção. Claro que houve também problemas climáticos, mas a queda foi muito acentuada de um ano para o outro. E há uma redução da área plantada que, em princípio, sinaliza para certo desestímulo produtor”, completa o professor.
“Essa medida veio um pouco fora de época. Não temos álcool no momento e não devemos ter álcool para 2012. A oferta está mínima e a demanda altíssima. Esse recurso deverá ficar parado até que se produza etanol para estocagem. Os canaviais estão péssimos. Há alguns anos, estão com preços ruins. E não houve renovação dos canaviais”, avalia José Coral, presidente da Coplacana, Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo.

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