MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Comissão do Senado rejeita convite para Pimentel esclarecer denúncias

 

Oposição acusou base de convocar somente ministros de outros partidos.
Reportagens mostram que Pimentel recebeu R$ 2 milhões em consultorias.

Naiara Leão Do G1, em Brasília
Fernando Pimentel alega que não exercia cargo público quando prestou consultorias (Foto: Wilson Dias/ABr)Fernando Pimentel alega que não exercia cargo
público quando prestou consultorias privadas
(Foto: Wilson Dias/ABr)
A Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Controle do Senado rejeitou nesta terça-feira (13), por 8 votos a 5, requerimento do líder do PSDB na Casa, Álvaro Dias (PR), para que o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, seja ouvido sobre supostas irregularidades em consultorias prestadas por ele entre 2009 e 2010.

Reportagens do jornal "O Globo" publicadas no início do mês mostraram que Pimentel recebeu R$ 2 milhões com sua empresa de consultoria depois de deixar a prefeitura de Belo Horizonte e antes de assumir o ministério.
Em nota, o ministério afirmou que Fernando Pimentel deixou a empresa no fim do ano passado e afirma que todas as informações sobre a consultoria foram repassadas à Comissão de Ética Pública da Presidência.

Senadores da base aliada se pronunciaram contra o convite. A exceção foi o senador Ivo Cassol (PP-RO), que defendeu a presença de Pimentel. "Sou da base, mas ministro que tem medo de vir numa comissão não pode ser ministro. Não tem nada o que esconder. Essa comissão aqui não é um cemitério e não enterra ninguém", disse.

O líder do PT no Senado, Humberto Costa, listou motivos que justificariam a rejeição do requerimento. Ele afirmou que o ministro explicou "de forma convincente" as denúncias e que Pimentel não ocupava cargo público na época em que prestou consultoria.
Para Costa, seria mais pertinente que a Câmara Municipal de Vereadores de Belo Horizonte ouvisse Pimentel para saber se houve, entre as contratantes, empresas que prestavam serviço para a Prefeitura.
Na quarta passada (7), o jornal "Folha de S.Paulo" informou que uma empresa atendida pela consultoria manteve contrato com a Prefeitura de Belo Horizonte quando Pimentel era prefeito.

"No máximo caberia, talvez, a Câmara de Vereadores convocar o ministro por algumas dessas empresas terem prestação de serviço com a Prefeitura de Belo Horizonte. Aqui é só mais tentativa de embate político da oposição", disse.

O senador Aníbal Diniz (PT-AC) pediu à oposição que solicite investigação ao Ministério Público e à Polícia Federal para que a comissão não se torne uma "delegacia".  "Se todas as vezes que saem essas denúncias na imprensa vamos convocar ministro, a sensação que dá é que nossa comissão pode se transformar numa espécie de delegacia de polícia", disse.

'Dois pesos e duas medidas'
O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias, que apresentou o requerimento, disse que há "dois pesos e duas medidas" para a convocação de ministros. O oposicionista lembrou que, com exceção dos petistas, todos os ministros do governo Dilma que caíram suspeita de corrupção foram convidados a prestar esclarecimentos no Congresso.

"Todos estiveram no Senado. Só o Palocci [ex-chefe da Casa Civi, do PT] não veio e agora não querem o Pimentel", afirmou. "Os do PT são defendidos com toda a força nessa Casa e os demais são jogados ao mar", completou.

Câmara
Na última quarta (7), a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara rejeitou, por 13 votos contra e 5 a favor, o pedido de convocação de Pimentel apresentado pelo PSDB. De acordo com a secretaria da comissão, os deputados alegaram que não havia assunto pertinente para análise da comissão e nenhuma denúncia formal contra o ministro.

Denúncias
Reportagem do jornal "O Globo" publicada no domingo (4) apontou que Pimentel recebeu R$ 2 milhões com sua empresa P-21 Consultoria e Projetos Ltda., entre 2009 e 2010, após deixar o cargo de prefeito de Belo Horizonte e antes de assumir vaga no ministério de Dilma.

Segundo o jornal, um dos clientes foi a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) para o trabalho de "consultoria econômica e em sustentabilidade". Dirigentes da federação, que, segundo “O Globo”, pagou R$ 1 milhão pelo trabalho, disseram ao jornal desconhecer o trabalho realizado por Pimentel. Outro cliente, a construtora mineira Convap, teria pago R$ 514 mil pela consultoria.

Em outra reportagem publicada nesta terça (6), "O Globo" cita outro contrato em que o ministro teria recebido R$ 400 mil de empresa pertencente ao filho de um sócio de Pimentel em sua consultoria. Nesta quarta, o jornal "Folha de S.Paulo" informou que esta empresa manteve contrato com a Prefeitura de Belo Horizonte quando Pimentel era prefeito.

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