Agência Estado
O julgamento será marcado pelo presidente Cezar Peluso após Barbosa e Lewandowski terminarem os seus votos. A expectativa é de que tribunal demore semanas para julgar todos réus. Se condenados, eles poderão apresentar recursos.
No relatório, o ministro fez um resumo das acusações que pesam sobre cada um dos 38 réus. Para o Ministério Público Federal, o esquema envolveu "uma sofisticada organização criminosa, dividida em setores de atuação, que se estruturou profissionalmente para a prática de crimes como peculato, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, gestão fraudulenta, além das mais diversas formas de fraude".
O relatório informa que, segundo a denúncia, os réus do chamado núcleo central do esquema (os petistas José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares) teriam sido os responsáveis por organizar a quadrilha voltada à compra de apoio político. Quase todos acusados negam que tenham cometido crime. Apenas Delúbio Soares admite a prática de caixa dois de campanha.
O ministro citou em seu relatório conclusão do Ministério Público Federal segundo a qual em 2003 e 2004 somente o deputado federal "Valdemar Costa Neto, auxiliado por Jacinto Lamas, recebeu a quantia de R$ 8.885.742,00 para votar a favor de matérias do interesse do governo federal". Também foi ressaltada no relatório a informação da Procuradoria de que "o valor fechado, à época, por Roberto Jefferson (ex-deputado e presidente do PTB) com José Dirceu impunha o pagamento do valor de R$ 20.000.000,00 para que o PTB aderisse à base de apoio do governo".
Barbosa observou que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu a condenação de 36 dos 38 réus. O chefe do Ministério Público requereu a absolvição do ex-ministro Luiz Gushiken, também petista, e do ex-assessor Antônio Lamas.
Em 2007, o plenário do Supremo recebeu a denúncia contra os 38 réus e abriu o processo criminal. Inicialmente o inquérito investigou 40 pessoas, mas foram excluídos da apuração o ex-secretário do PT Silvio Pereira, que fez um acordo com o Ministério Público, e o deputado José Janene, que morreu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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