Mestre morreu na tarde da sexta-feira (9), em Salvador.
Ele foi um dos principais responsáveis pela difusão da capoeira angola.
O som triste do berimbau deu voz a dor dos capoeiristas que compareceram ao enterro do mestre João Pequeno de Pastinha, que aconteceu na tarde deste sábado (10), no cemitério Bosque da Paz, em Salvador.
O mestre faleceu na tarde da sexta-feira (9), na capital baiana em decorrência de uma falência intestinal.
O governador do Estado, Jaques Wagner lamentou a morte do mestre capoeirista neste sábado (10). “Em nome dos baianos, expresso minha homenagem a um dos maiores ícones desta tão genuína e importante manifestação cultural, que hoje deixa sua marca entre nós e o exemplo de tenacidade”, afirmou o governador.O mestre faleceu na tarde da sexta-feira (9), na capital baiana em decorrência de uma falência intestinal.
“A grande lição que ele nos deixou foi paz, amor, sinceridade, humildade e respeito. Ele era uma pessoa muito amiga, muito hospitaleira e que assim seja para Deus. Para nós foi uma grande perda. A grande missão dele aqui foi passar para o mundo, tudo o que o nosso mestre [Pastinha] nos ensinou”, desabafou o mestre e amigo, Curió.
Governador lamentou a morte do mestre: "Em nome dos baianos, expresso minha homenagem a um dos maiores ícones desta tão genuína e importante manifestação cultural, que hoje deixa sua marca entre nós". (Foto: Reprodução/TV Bahia)
Luis Castro Júnior, aluno do mestre desde 1987 compareceu ao enterro e comentou sobre o grande legado deixado por João Pequeno. “A grande obra de João Pequeno foi esse legado, essa transmissão da tradição oral da capoeira. Ele foi responsável pelo processo de difusão da capoeira angola para o Brasil e para o mundo. Esse papel da visibilidade à capoeira angola foi algo marcante na obra do mestre”, concluiu.A também aluna e discípula de João Pequeno, Rosângela Araújo, comentou a importância do mestre que deixa saudades. “Sem sombra de dúvidas, para nós que trabalhamos com a cultura africana, cada velho que morre é um biblioteca que se queima. Felizmente temos a nova geração dos pequenos de João”, diz.
João Pequeno
O capoeirista completaria 94 anos no dia 27 de dezembro. Nascido em Araci, no interior baiano e registrado como João Pereira dos Santos, o jovem fugiu da seca a pé em 1933 e segui até Alagoinhas, onde conheceu a capoeira.
Aos 25 anos ele mudou-se para Salvador, filiou-se ao Centro Esportivo de Capoeira Angola, congregação criada pelo Mestre Pastinha. Tornou-se discípulo e ensinou outros capoeiristas importantes para a história da capoeira angola na Bahia, entre eles, o Mestre Curió. (Confira vídeo abaixo onde o mestre ensina a produzir berimbau)
Em 2008 a Universidade Federal da Bahia reconhece o trabalho do capoeirista e honra-o com o título de Doutor Honoris Causa. O mestre recebeu também a Medalha Zumbi dos Palmares, pela Câmara Municipal de Salvador um ano antes.
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