MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

A cada duas horas, um aposentado é vítima de golpe do empréstimo

 

Fraude no empréstimo consignado cresceu 14% no país em relação a 2010.
Golpistas vendem dados de aposentados por R$ 8 mil.

Giovani Grizotti RBS TV
Um levantamento exclusivo do INSS obtido pelo Teledomingo, da RBS TV, mostra que a cada duas horas um aposentado é vítima do golpe do empréstimo consignado. Entre janeiro e novembro deste ano, houve 3.164 casos de fraude desse tipo no país - número 14% maior do que em todo o ano passado, quando foram registrados 2.773 casos. De uma hora para outra, esses pensionistas viram devedores de um financiamento que nunca tiraram.
É o caso de Tereza (nome fictício usado a pedido da entrevistada), que ficou devedora de um empréstimo de R$ 12,5 mil. Um montante que ela nunca pediu e nunca usou. Golpistas falsificaram documentos e até abriram conta no banco para receber os valores. O crédito é do tipo consignado, daqueles em que o INSS desconta as parcelas do empréstimo direto no contracheque da Previdência. No total, dona Tereza ficou devendo 60 parcelas de R$ 400.
"Eu fui à Caixa e, ao ver meus documentos, vi que eles fizeram a identidade colocando a foto da pessoa compatível com a minha idade e a assinatura completamente diferente. Logicamente, não teria nada a ver comigo", explicou a aposentada de Porto Alegre.
Para fazer os empréstimos, os golpistas precisam ter acesso aos dados dos aposentados, informações sigilosas da Previdência Social. Em São Paulo, dados de milhões de aposentados são comercializados por golpistas. Um DVD com essas informações é vendido a R$ 125.
Entre janeiro e novembro deste ano, houve 3.164 casos de fraude com empréstimo consignado - 14% a mais do que em 2010, quando foram registrados 2.773 casos.
O crime que também ocorre na capital gaúcha. Um golpista oferece um CD com 250 mil informações de aposentados gaúchos. Pede R$ 8 mil pelo banco de dados completo. Mas aceita negociar por R$ 30 as informações de cada aposentado. Dados sigilosos de 10 aposentados da cidade de São Leopoldo, no Vale do Sinos, saem por R$ 300. A frieza do golpista é tamanha que ele diz que, na hora de ir ao banco sacar o dinheiro, é preciso ligar para a casa da vítima para evitar um encontro com ela na agência.
Gaúcho de Bom Retiro do Sul, o presidente do INSS, Mauro Luciano Hauschild, diz que a Previdência cancela os descontos nos contracheques sempre que uma fraude é descoberta.
“Todo o segurado que teve desconto realizado no seu beneficio, que ele não contratou, ele tem vários caminhos pra resolver: ir direto à instituição financeira, que eles devem ter o contrato assinado. Se não existir o contrato e a assinatura for falsa, os bancos devolverão os recursos já descontados indevidamente”, recomenda. “A pessoa pode procurar a agência do INSS através do canal 135. Reclama para a ouvidoria, que encaminha ao INSS para este entrar muito rapidamente entra em contato com o segurado e o banco. Pede que o banco faça a demonstração do contrato de que aquela relação existe. Se não existir, o INSS já cessa o desconto e determina a devolução pelos bancos no valor descontado”.
Os dados de aposentados comprados pela reportagem foram entregues à Polícia Federal.
“A partir do uso destes dados nos temos uma série de crimes. Falsificação de documento público, falsificação de documento particular, estelionato contra patrimônio privado, prejuízo para a Caixa Federal”, disse a delegada Ilenara Caras.
O INSS também vai investigar o caso.
“Vamos pedir o acesso ao material para fazer as verificações e poder identificar de onde essas informações podem ter sido extraídas e quem as extraiu”, prometeu Mauro Luciano Hauschild.

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