MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Artesãs usam recursos do cerrado para produzir roupas e acessórios

 

Mulheres usam sementes e plantas nativas para a confecção das peças.
Grupo faz parte de centro de exploração sustentável de recursos naturais.

Do Globo Rural
As mulheres do assentamento rural Andalucia, do município de Nioaque, do sudoeste de Mato Grosso do Sul, usam recursos retirados do cerrado para produzir roupas e acessórios. A moda criada pelas agricultoras será apresentada nesta quinta-feira (15) em um desfile em Campo Grande. A apresentação abre a Feira Estadual da Agricultura Familiar e Economia Solidária.
No assentamento, criado há 14 anos, vivem pelo menos 160 famílias de pequenos agricultores que não dependem apenas da agricultura familiar e da pecuária de leite para tirar o sustento. Nos últimos anos, eles aprenderam a diversificar a atividade. Hoje, os assentados utilizam sementes e plantas nativas como matéria-prima. O grupo faz parte de um centro de produção, pesquisa e capacitação que estimula a geração de renda a partir da exploração sustentável dos recursos naturais. Na oficina de tecelagem são feitas mantas e tapetes.
Desde o início do ano, as artesãs participam de um curso de designer de moda e as aulas começam na mata. Em uma das fases, a tarefa é procurar na natureza os materiais que podem ser usados na confecção de tecidos, roupas, bolsas e acessórios. As alunas identificam fontes de cores e texturas e aprendem a usar a árvore pé de capitão do campo. As fibras também são matérias-primas valiosas. “Na verdade, tem que ter um cuidado para a colheita da taboa”, explica a artesã Rozana Claudina Sampaio.
No centro de produção, as fibras são colocadas para secar na sombra e usadas nos teares. As cascas das árvores vão para o tacho com água fervendo. Os corantes obtidos a partir de urucum, casca de manga, aroeira e jatobá tingirão linhas e barbantes que se transformam em tecidos. Depois de preparar moldes e desenhos, são feitas as roupas. A artesã Iranete Pimenta da Silva inspirou-se nos insetos para bordar o vestido. “No cerrado tem muito grilo e ele fica nas folhinhas picando”, justifica.
A produção sustentável oferece muitas possibilidades. Em outra etapa do curso, as artesãs confeccionam pelo menos 30 peças que serão mostradas em um desfile. O cinto, por exemplo, foi feito em uma tecelagem da agricultura familiar.

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