MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Produtores de MT querem elevar produção de ovinos em 400% até 2015

 

Estado importa carne de ovelha e carneiro para atender demanda interna.
Integração com pecuária é alternativa para o setor, segundo Ovinomat.

Vivian Lessa Do G1 MT
Produção de ovinos em Mato Grosso atende demanda interna (Foto: ANCO/MAPA)Produção de ovinos e caprinos em Mato Grosso atende
demanda interna (Foto: ANCO/MAPA)
Em Mato Grosso, os produtores de ovelhas e carneiros pretendem aumentar em 400% a produção até 2015. A estimativa é que o número de animais criados no estado passe dos atuais 1 milhão para aproximadamente 5 milhões de cabeças. Essa projeção visa baratear e popularizar o preço das carnes comercializadas nos estabelecimentos mato-grossenses.
Segundo o representante da Associação Mato-grossense dos Criadores de Ovinos (Ovinomat), Antônio Carlos Carvalho Souza, o consumidor paga em até R$ 30 pelo quilo do produto. O valor representa cerca de 10% do que normalmente é cobrado pelo quilo do frango, que custa em média R$ 3,00 o quilo. "Não da pra competir com os outros tipo de carne. Para reduzir o preço precisamos aumentar a produção em Mato Grosso".
De acordo com ele, da produção de 1 milhão de animais, cerca de 400 mil são destinados para abate e consumidos no próprio estado. "Ainda assim temos que importar de outros estados e países para suprir a demanda interna que é de aproximadamente 800 mil animais por ano". A produção de ovinos e caprinos em Mato Grosso se concentra no Vale do Guaporé, em Cáceres, Sorriso, Alta Floresta, Colider, Vale do Araguaia e até na baixada cuiabana, que são os municípios circunvizinhos de Cuiabá.
O incremento na produção esperado pelo setor, de acordo com Souza, iria ocorrer por meio da integração com a pecuária. "Muitos pecuaristas já têm esse hábito. A produção de bovinos, que era de 8 milhões de cabeças em 1993, já está alcançando 30 milhões em quase 19 anos. Podemos aproveitar essa expansão na pecuária para criar ovelhas e carneiros".
Pesquisa
Com o objetivo de incentivar o aumento da produção de ovinos em Mato Grosso, entidades estão desenvolvendo projeto que visa utilizar resíduos de grãos para alimentar os animais. A iniciativa visa fazer com que a demanda por este tipo de carne corresponda a oferta nos estabelecimentos comerciais do estado, informa o médico veterinário do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), Nelso Lopes Filho.
Além disso, busca avaliar os efeitos da dieta com rações feitas à base de vegetais como soja, arroz e milho na carne de ovinos. Segundo ele, caso os resultados sejam satisfatórios, este tipo de produto deverá possibilitar o barateamento da carne de ovinos em Mato Grosso. A pesquisa é desenvolvida em parceria com a Fundação de Apoio a Educação e ao Desenvolvimento de Mato Grosso (Fundetec) e a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
Para o representante da Ovinomat, Antônio Souza, os produtores já utilizam os resíduos de grãos em época em que o pasto, principal alimento dos animais, está escasso. Ele revela que os resultados da pesquisa deverão comprovar a qualidade desse tipo de alimentação. "Com isso devemos reduzir a idade do animal destinado para abate. Os ovinos e caprinos criados a base de pasto são abatidos, normalmente, com oito meses. Já com os resíduos da agricultura diminui para até cinco meses".
Ele acrescenta que o custo de produção total, considerando mão de obra e suplemento alimentício, é de aproximadamente R$ 2 por quilo. O preço para a comercialização do animal vivo sai a R$ 6,50 o quilo.
Informações adicionais
A pesquisa para avaliar os efeitos da utilização de resíduos de grãos na alimentação de ovinos é desenvolvida na fazenda experimental da UFMT, localizada no município de Santo Antônio do Leverger (há 27 km da capital) e teve início em julho deste ano. Segundo o doutor em zootecnia do IFMT, Dorival Pereira Borges da Costa, inicialmente foram selecionados 40 carneiros, com um peso médio de 20 quilos cada. Durante três meses os ovinos ficaram confinados e submetidos à alimentação especial.
Neste período de confinamento os animais foram alimentados com pastagem e rações à base de semente de girassol e semente de algodão. Em outubro, parte dos animais foram abatidos, e a carne passou a ser analisada em laboratório. Uma parte é pesquisada num laboratório implantado na própria fazenda e a outra é encaminha para a UNESP, em Botucatú, São Paulo. Além dos resíduos da semente de girassol e do algodão os pesquisadores também devem testar, os alimentos para animais produzidos a partir do pinhão manso, farelo de soja e bagaço de cana.

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