MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 20 de novembro de 2011

Plantações de milho transgênico apresentam problemas nos EUA

 

O primeiro milho transgênico americano foi lançado em 1995. Em algumas fazendas aumentou a quantidade de uma larva prejudicial à lavoura.

Do Globo Rural
Cerca de 85% do milho cultivado nos Estados Unidos é transgênico, com tolerância a herbicidas, resistência ao ataque de insetos ou com genes combinados e mais de uma característica.
O estado de Iowa é o maior produtor de milho do país e, de olho na produtividade, os fazendeiros abraçaram os transgênicos. Agora, anos depois, começaram os problemas.
Alguns agricultores do estado de Iowa notaram no solo de suas fazendas uma quantidade muito grande de larvas de um inseto que é prejudicial á lavoura de milho.
O que surpreendeu estes agricultores é que aquelas áreas eram plantadas com o milho BT, um milho transgênico que promete justamente controlar a população desses insetos. Preocupados, eles decidiram pedir ajuda.
O socorro veio da Universidade Estadual de Iowa. O especialista em insetos, Aaron Gassmann, visitou as fazendas atingidas, no nordeste do estado. “Eu visitei as fazendas em 2009 e voltei em 2010 e 2011. Todos os campos tinham o mesmo padrão de uso contínuo de um mesmo tipo de milho BT”, afirma.
O pesquisador colocou tipos diferentes de milho em contato com as larvas do inseto, chamado diabrótica. No Brasil, um parente dele é popularmente conhecido como patriota ou vaquinha verde e amarela. Depois de 17 dias dentro de uma câmara, com temperatura e umidade controladas, as larvas foram retiradas do solo.
“Nós pegamos a amostra, colocamos no miscroscópio e contamos o número de larvas vivas. A sobrevivência da larva trazida das áreas afetadas é três vezes maior. Até agora só achamos resistência à toxina encontrada nos produtos da Monsanto”, afirma o pesquisador.
De Iowa, fomos ao estado de Missouri. Na cidade de Saint Louis, onde fica a sede da Monsanto, a líder global de tecnologia de milho, Dusty Post, diz que a empresa estuda o problema, mas que ainda há muitas questões não respondidas.
“No campo, o que isso realmente significa? Esses insetos vão sobreviver ano após ano? Não sabemos a resposta, mas vamos continuar a trabalhar com o doutor Gassmann, com muita seriedade. Claro que estamos preocupados, mas é preciso ter em mente que são alguns casos, e que na grande maioria das áreas de milho que têm larva de raiz, os produtos estão com um bom desempenho”, diz Dusty Post, geneticista.
“Os dados são um sinal de alerta. E eu acho que a lição que se pode tirar é que este tipo de tecnologia deve ser usado de maneira mais integrada. É importante que os fazendeiros também lancem mão de ferramentas, como a rotação de culturas, ao invés de depender de um mesmo tipo de milho por vários anos”, completa Aaron Gassmann.
O conselho do pesquisador americano reforça ainda mais a necessidade das áreas de isolamento que são exigidas aqui no Brasil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário