MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Fim do fumódromo preocupa donos de bares e agrada especialistas em PE

 

Médica e até mesmo fumantes concordam com a medida.
Para executivo da área de bares e restaurantes, setor será afetado

Do G1 PE
O Senado brasileiro aprovou o projeto que proíbe o fumo em locais fechados em todo o país, o que deverá extinguir os chamados ‘fumódromos’. A lei modificada ainda será enviada para sanção da presidente Dilma Rousseff, mas já causa polêmica, para a seção Pernambuco da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).

“Essas leis deveriam ser mais coerentes. As pessoas que fazem as leis deveriam chamar os órgãos afetados, os setores envolvidos, e conversar com eles, ver o propósito da coisa. Sou a favor de que, dentro de um restaurante, a pessoa não deve fumar, porque incomoda quem está perto, mas se houver um espaço aberto, externo, onde a fumaça possa escapar, não vejo por que proibir”, diz o presidente estadual da entidade, Núncio Natrielli.

Para Natrielli, os negócios do setor podem ser afetados pela mudança. “Acho que isso prejudica muito, porquea pessoa não vai a um lugar onde não pode nem fumar. Aqui no Recife, não temos fumódromos, são espaços abertos onde se pode fumar. As pessoas já se habituaram e isso não incomoda ninguém. Se alguém quiser fumar, é um problema dessa pessoa, a gente não pode proibir. Essa sempre foi a postura da Abrasel”, defende.
O entregador de correspondências José Teixeira Cirino pensa diferente do executivo e concorda com a decisão do Senado. "Eu fumo, gosto de fumar, mas em lugar fechado, não. A saúde em primeiro lugar, né?", diz. Outro que é fumante e também apoia a mudança na legislação é o funcionário público José Firmino da Silva, que afirma já ter tentado largar o vício. "Acho que tem que pressionar mesmo, porque tantas pessoas ficam doentes por causa do cigarro... Eu tento parar, mas não consigo. Já fiquei dois, três dias sem fumar e acabei voltando por causa do nervosismo", admite.

A pneumologista Marília Cabral, professora do curso de medicina da Universidade de Pernambuco, concorda com a medida, mas não sabe ainda a extensão da sua eficácia. "Não sei se essa conduta isolada ajuda quem fuma, porque não acho que isso vai efetivamente impedir quem é dependente. Essa pessoa vai ao corredor, dá uma saidinha, e fuma. Pode ser que isso reduza o número de cigarros consumidos no dia, mas acho que deveriam existir políticas dentro das empresas para incentivar o tratamento das pessoas que são dependentes da nicotina”, avalia.

Outro ponto da nova lei inclui a ampliação dos alertas sobre os malefícios do tabagismo, nos maços de cigarro, que ocuparão 30% da parte frontal da embalagem. “Essa é uma medida que assusta e causa impacto, especialmente sobre aquela pessoa que nunca fumou. Quem fuma já sabe o mal que o cigarro faz, mas ela continua porque é dependente química”, enfatiza a especialista.

As principais doenças causadas pelo tabagismo são cânceres (de boca, laringe, cabeça e pescoço, pulmão, estômago e esôfago, especialmente), enfisema pulmonar e problemas cardiovasculares, além da acentuação dos casos alérgicos ligados ao sistema respiratório. “Quem tem enfisema, por exemplo, não vai deixar de ter, mesmo que pare de fumar, mas os remédios controlam os sintomas e permitem uma qualidade de vida muito melhor para esse paciente. O tratamento é válido, com certeza, e parar de fumar, mais válido ainda”, garante Marília Cabral.

Nenhum comentário:

Postar um comentário