Agricultora mineira luta para preservar parte da Mata Atlântica

 

Parte da propriedade na Zona da Mata foi transformada em RPPN.
A dedicação às aves é tão grande que ela já ganhou até apelido.

Do Globo Rural

São 57 quilômetros de Juiz de Fora até a Reserva do Sarandi, em Santa Bárbara do Monte Verde, na Zona da Mata mineira. A reserva está escondida no coração da Mata Atlântica. Pelo caminho, a trilha sonora fica por conta dos pássaros e das várias nascentes de água.
Para quem está acostumado com a vida na cidade, a cena impressiona. Com um balde de milho, a agricultora Maria Aparecida do Carmo, ou Cida dos pássaros, chama pelos jacus e não demora muito para um grupo enorme aparecer.
A casa simples de tijolos e chão cimentado fica no meio de uma clareira, tem só um quarto e até hoje nada de energia elétrica.
Na reserva também há muitas maritacas e duas são especiais para Aparecida. Uma delas não enxerga de um olho e a outra nasceu sem uma asa.
A terra remanescente de Mata Atlântica tem 33 hectares, 17 deles foram certificados pelo Ibama, no ano de 2000, como reserva particular do patrimônio natural. Agora, ela conta com o apoio do IEF, Instituto Estadual de Florestas, e de uma ong de Juiz de Fora para que o restante da área também receba o título.
Aparecida defende o território com unhas e dentes. Denuncia caçadas, queimadas e derrubadas de árvores nativas. Já foi ameaçada de morte diversas vezes.
E é da natureza que Aparecida tira o sustento investindo no comércio de orquídeas, fonte de renda que ela faz questão de frisar que não prejudica o meio ambiente.