RJ: Estacionamentos cobram por mês o mesmo que prestação de carro

 

O excesso de carros e a falta de vagas nas ruas produziram uma disparada de preços nos estacionamentos das grandes cidades brasileiras.

JORNAL NACIONAL

O excesso de carros e a falta de vagas nas ruas produziram uma disparada de preços nos estacionamentos das grandes cidades brasileiras. No Rio, alguns cobram por mês o mesmo que a prestação de um carro popular.
Tente achar uma vaga para estacionar na rua. Essa é uma missão cada vez mais difícil nas grandes cidades. Isso tem feito dos estacionamentos privativos um dos negócios mais rentáveis do comércio. Deixar o carro parado pode custar um dinheirão.
João Arthur ficou apenas 15 minutos no estacionamento e pagou R$ 12. “Eu moro no Nordeste, lá eu pago R$ 3, R$ 4. E parar aqui para ter 15 minutinhos para resolver algum documento, é exorbitante”, ele reclama.
E quem precisa estacionar no centro da cidade, que tem um número pequeno de vagas na rua, pode sofrer um impacto ainda maior no orçamento. Um estacionamento, por exemplo, cobra R$ 460 de mensalidade. Isso é mais do que a prestação de um carro popular.
O economista Gilberto Braga fez as contas levando em consideração a prestação de um carro no valor de R$ 400. O estacionamento custa 15% mais caro.
“É uma inversão de valores. Atualmente, pagar o estacionamento do carro, manter o carro, sai mais caro do que comprá-lo, então é realmente o preço do serviço puxando a inflação e pesando no bolso, sobretudo dos motoristas”, avalia o economista.
Rodolfo sabe bem disso. Comprou o carro em 40 prestações de R$ 400. Paga quase o mesmo valor por mês de estacionamento.
“Eu acho que todo jovem tem o sonho de ter o primeiro carro. Esse já é meu segundo, é custoso, é bastante penoso. É um filho que eu tenho, que eu quero ter. Estou sustentando ele bem, a duras penas, mas estou”, brinca o bancário.