MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Reserva particular ajuda a preservar matas nativas do cerrado

 

Floresta da propriedade tem mais de duas mil espécies de plantas.
Frutos e castanhas do cerrado são usados no preparo dos produtos.

Do Globo Rural
Esta semana, as edições diárias do Globo Rural completaram 11 anos. A reportagem da série produzida pelo projeto Globo Natureza em comemoração à data apresenta uma Reserva Particular do Patrimônio Natural no cerrado de Goiás.
A chegada da comitiva de foliões carregando a bandeira do Divino Espírito Santo é anunciada desde o amanhecer do dia na cidade de Pirenópolis. Por ocasião da festa, a cidade goiana enche-se de alegria.
A tradição, que tem mais de 200 anos, atrai para Pirenópolis milhares de turistas e devotos. Além das atrações da festa, a cidade oferece aos turistas a oportunidade de conhecer o cerrado que cobre suas montanhas.
Nas margens do Vaga Fogo, o ribeirão de águas claras, é possível visitar uma reserva de mata virgem, cujos proprietários transformaram em RPPN, Reserva Particular do Patrimônio Natural.
A floresta do lugar tem mais de duas mil espécies de plantas incluindo uma grande área de cerradão com árvores gigantescas, como o jatobazeiro de onde se pode extrair seiva medicinal.
O ex- publicitário de Belo Horizonte Evandro Ayer, que comprou a área pensando em produzir leite e grãos, diz que hoje o rebanho não passa de meia dúzia de vaquinhas da raça jersey. O fracasso da atividade se deu por conta de animais que viraram sócios da fazenda. “Descia um bando de macacos-pregos no milharal e cada um deles saia com quatro milhos nas costas. Então, a gente teve de ter o animal silvestre como aliado em outro projeto”, explica.
Então, surgiu a ideia de transformar 17 dos 48 hectares da fazenda em Reserva Particular do Patrimônio Natural, diploma concedido pelo governo federal em 1990.
Hoje, o proprietário utiliza a área que não foi declarada como RPPN para a produção agrícola e para o eco-turismo, outro negócio muito rentável. Evandro, a mulher Catarina e o filho Uirá comandam uma equipe de 15 pessoas que recebem os turistas para desfrutar do café da colonial preparo com os produtos da fazenda. Com a mistura da mexerica com a castanha do baru, uma árvore muito comum no cerrado, Uirá criou uma geleia que faz muito sucesso. O turista que quiser pode degustar e comprar os produtos na lojinha.
O chefe de cozinha Wilian Ribeiro partiu de São Paulo à procura de novidades para enriquecer o cardápio do seu restaurante. A fazenda também recebe pessoas interessadas na prática do arvorismo, trilha aérea entre as árvores praticada com a supervisão dos guias.
A educação ambiental é outra atividade da propriedade que atende alunos das escolas da região. Crianças que nunca tinham entrado em uma floresta recebem os primeiros ensinamentos sobre a importância do cerrado. O ponto alto da visita é o caminho da Mãe da Floresta, uma passarela de madeira que leva a um jequitibá de 40 metros de altura. A visita acaba com um banho refrescante nas águas do Vaga Fogo, que no linguajar goiano quer dizer vaga lume.

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