MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Enfermeira é investigada por erro ao aplicar remédio em olhos de bebê

 

Outros dois técnicos em farmácia também são averiguados, diz polícia.
Enfermeira aplicou em hospital de SP nitrato de prata a 50%; correto é 1%.

Marcelo Mora Do G1 SP
A Polícia Civil investiga o dolo eventual por parte de uma enfermeira que ministrou nitrato de prata concentrada a 50% nos olhos de um menino recém-nascido no último dia 12, no Hospital do Servidor Municipal. O procedimento é rotina em recém-nascidos, para evitar infecção por sífilis gonocócica, mas a concentração correta de nitrato de prata é de apenas 1%. Os técnicos em farmácia do próprio hospital que forneceram o medicamento também estão sendo investigados.
Um médico do setor de obstetrícia constatou que havia algo de errado com o recém-nascido, que estava com os olhos muito escuros. Em seguida, ele foi transferido para o Hospital São Paulo, onde passou por cirurgia. Para o delegado-adjunto do 5º DP, na Aclimação, região central de São Paulo, Ricardo Prezia, tanto a enfermeira, de 48 anos e 26 de profissão, quanto os técnicos de farmácia cometeram “erros grosseiros”. Nitrato de prata a 50% é receitado para queimar verrugas, de acordo com o delegado.
“O erro principal é que a enfermeira não checou a aplicação do remédio. É uma regra básica da enfermagem isso: verificar qual o remédio, a via correta pela qual é ministrado, a quantidade correta. Ela fez o pedido de nitrato de prata, mas os técnicos de farmácia não indagaram qual a concentração do remédio. Os três cometeram erros grosseiros”, disse Prezia. Neste caso, não é necessário a prescrição médica para que o remédio seja ministrado.
Os três já foram ouvidos pela polícia no inquérito que apura o caso. Segundo o delegado, a enfermeira confirmou que realizou todo o procedimento, mas tentou em seu depoimento argumentar que foi induzida a erro por uma médica e uma auxiliar de enfermagem. A médica teria impedido a enfermeira de retirar o excesso de nitrato de prata do olho da criança. E a auxiliar de enfermagem foi quem deixou o remédio do lado de fora da geladeira, obrigando assim a enfermeira a fazer a requisição do produto.
Já os técnicos em enfermagem disseram à polícia que só conheciam nitrato de prata a 1%, de acordo com o delegado. “Imprudência houve. Precisa ver agora se houve o dolo eventual no caso. Não significa que ela teve a intenção, mas ela pode ter corrido o risco ao deixar de verificar se era o medicamento correto, provocando assim uma lesão grave ou gravíssima. Ela deveria ter olhado o que ela estava aplicando e ela não olhou”, explicou Prezia. Outras sete pessoas já foram ouvidas no inquérito.

Nenhum comentário:

Postar um comentário