MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Criança ganha próteses e realiza sonho de subir em árvores em Cuiabá

 

Pequena Fátima trocou próteses inteiriças por articuladas há dois meses.
Neste final de semana, menina subiu em dois mamoeiros da casa dela.

Dhiego Maia Do G1 MT
Menina usa prótese (Foto: Dhiego Maia/G1)Fátima nasceu com uma má-formação óssea e
passou a usar próteses. (Foto: Dhiego Maia/G1)
Sentar em uma cadeira sem precisar de ajuda, dobrar os joelhos e suspender as pernas. Há até dois meses, atitudes simples como estas não eram possíveis de ser desempenhadas pela pequena Fátima Leandra da Silva, de apenas oito anos. Ela é de Cuiabá e nasceu com má-formação óssea. Sem as duas pernas, a menina se locomove com o auxílio de próteses ortopédicas desde os primeiros anos de vida.
Quando esteve no Centro de Reabilitação Integral Dom Aquino Corrêa (Cridac), na capital, local em que faz fisioterapia, ela revelou um sonho ao G1. Fátima queria trocar as próteses inteiriças e pesadas que usava por próteses articuladas para poder subir em árvores.
A criança conseguiu realizar o sonho e há dois meses tem uma sensação de liberdade que até então nunca havia experimentado. Aos poucos, a menina já dobra os joelhos das próteses, sobe no sofá de casa, ergue as próteses sem nenhum esforço e brinca com mais leveza e naturalidade.
O G1 visitou a menina na casa dela e viu de perto o processo de adaptação. Para se acostumar às próteses articuladas, Fátima teve que usar um andador e até bengala. “Era chato porque eu tinha que ficar abaixada”, reclama. Em poucos dias, ela deixou o andador de lado e a bengala e passou a andar sozinha de um canto a outro da casa.
Com apenas dois meses de uso, a mãe da menina, a dona de casa Sandra Deusidério da Silva comemora. “Ela é uma batalhadora. Mesmo com essas próteses recentes, ela se adaptou bem”, afirma.
No último domingo (09), Fátima deu uma prova que a limitação física não a impede de ser uma criança como as outras da idade dela. Sem chamar a atenção da família, Fátima foi até os fundos da casa onde estão plantados dois mamoeiros. Ela empilhou alguns tijolos e subiu nas duas árvores. O tempo que passou suspensa nos pés de mamão durou pouco. Devido ao peso do corpo dela, as duas árvores caíram no chão. Ela riu sem parar e disparou. “Eu consigo tudo o que eu quero”. Enfim, ela subiu em árvores e não se machucou.
Amor de mãe
Passados oito anos do nascimento de Fátima, Sandra se emociona com o desenvolvimento da filha e enfatiza que o amor de toda família a fez sobreviver e se tornar a menina que é hoje. “O amor e o carinho levantaram minha filha”, confirma.
Sandra conta que desde o início da gravidez sentia que Fátima tinha alguma deficiência. Quando a menina nasceu, a dúvida se confirmou. “No lugar das pernas só havia nervos e pele, sem as pernas”, disse. Aos três anos de idade, Fátima foi operada em um hospital de Curitiba e desde então usa próteses ortopédicas. Ela também tem um déficit auditivo, que está atenuado com o uso de dois aparelhos de audição.
A atual fisioterapeuta que cuida do processo de reabilitação da menina, Sandra Cristina Domingues Lima, reconhece que o sucesso de Fátima se deve à força de vontade dela e ao amor da família. “Fátima foi criada sem tabus. Ela sabe de uma forma muito natural da sua deficiência e é bem resolvida. O amor da família e a vontade dela em querer vencer surtiram efeitos positivos”, explicou.
Com as novas próteses, Fátima ficou 10 centímetros mais alta e está com o tamanho do corpo proporcional à idade dela. Ainda segundo a fisioterapeuta, Fátima tem aprendido a utilizar cada vez menos o quadril para se apoiar nos joelhos ortopédicos. Esta nova fase vai ajudá-la no futuro próximo a subir escadas, rampas e a ter uma vida cada vez mais independente.
Tratamento a deficientes físicos em MTPor ano, o Centro de Reabilitação Dom Aquino Corrêa presta assistência a 32 mil pacientes com deficiência física. O local conta com uma oficina ortopédica para fabricação de próteses. Já em todo o estado, são realizados cerca de 187 mil atendimentos a pessoas com deficiência pela rede de reabilitação espalhada em diversas cidades de Mato Grosso. Qualquer pessoa pode ser atendida no Centro de Reabilitação, desde que seja encaminhada por um médico.

Nenhum comentário:

Postar um comentário