Atividade ganhou espaço nas principais regiões produtivas do estado.
Em 2011, a intenção de confinar cresceu 34% até o mês de julho.
MT aumentou confinamento de gado.
(Foto: Reprodução/TV Globo)
Um mercado que não para de crescer em Mato Grosso. No estado brasileiro que detém o maior rebanho bovino do país - 28 milhões de bovinos - o confinamento tornou-se opção para o pecuarista que quer acelerar o ganho de peso dos animais e atender à demanda do mercado na época de entressafra, quando o volume de animais nos pastos é insuficiente para abastecer as plantas frigoríficas. Em quatro anos, o número de bovinos criados em regime diferenciado evoluiu 39%, passando de 426,5 mil cabeças para 593,6 mil, entre 2007 a 2010.(Foto: Reprodução/TV Globo)
Para 2011, a intenção de confinar animais apresentou alta de 34% até o mês de julho em comparação com o acumulado de 2010. Na prática, pecuaristas querem colocar à disposição do mercado um plantel de 798,4 mil cabeças. Durante toda entressafra do ano passado, foram 592.834 mil. Otávio Celidônio, superientendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), vinculado à Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), destaca que no estado, os confinamentos são responsáveis por destinar boa parcela de animais para abate.
"Em Mato Grosso, 18% do que é abatido vem do confinamento. Isso é uma questão de mercado", destacou Celidônio, em entrevista ao G1. O uso de confinamentos pelos pecuaristas deve contribuir para que até 2020 Mato Grosso aumente seu rebanho bovino, passando de 27,9 milhões de animais para 33,9 milhões.
O vice-presidente do Sindicato das Indústrias Frigoríficas de Mato Grosso (Sindifrigo), Paulo Bellincanta, aposta em um cenário positivo em relação ao confinamento de animais no estado: estima-se que até 2020 a relação de animais enviados para abate seja distribuída de maneira igual entre pasto e aquilo proveniente dos confinamentos.
"Estamos em um ritmo de crescimento. Pelo menos até 2020, podemos ter 50% dos animais para abate oriundos dos confinamentos", salientou. Bellincanta explica que entre as vantagens de criar animais em ambientes diferenciados está a velocidade proporcionada para engorda do bovino. "Em vez de você esperar 360 dias para o boi ficar pronto para o abate, você gasta em média 90 dias. É muito rápida [a evoluçaõ]", comentou.
O superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, expõe que o confinamento tornou-se uma tendência, por aproveitar o potencial produtivo de grãos no estado. De acordo com ele, nos polos produtivos a atividade ganhou espaço.
Intenção de confinar cresceu este ano.
(Foto: Reprodução/TV Globo)
"Vemos os projetos de confinamento no estado crescendo ao redor das áreas de regiões produtoras de grãos como Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Primavera do Leste, Campo Verde", complementou.(Foto: Reprodução/TV Globo)
Cinquenta por cinquenta
Vacari diz que é preciso aguardar o desempenho do mercado para saber se nos próximos anos a matéria-prima usada nos abates será proveniente do pasto (50%) e confinamento (50%). "O confinamento tende a aumentar. O que ele vai atingir depende de vários fatores: mercado, indústria, consumidor. É ver o que irá ocorrer".
Abates maiores
Em dez anos a capacidade de abate do estado deve aumentar 95%, evoluindo de 4,1 milhões de animais por ano para 8 milhões de cabeças. O crescimento no número de animais para abastecer o setor frigorífico estará diretamente associado ao incremento programado para o rebanho mato-grossense, que em uma década aumentará 18%, de acordo com a estimativa do Imea.
Regionais
Nas regiões do estado, o uso de confinamento para engorda de animais cresceu. O médio-norte, nordeste e centro-sul apresentaram a maior evolução de 69,4%, 61,9% e 58,4%, respectivamente, na comparação com 2010. No entanto, o sudeste foi a único que apresentou redução do rebanho a ser confinado de 18,1%, segundo apontou o Imea, no levantamento sobre as intenções de confinamento divulgado em julho deste ano.
A distribuição da entrega do animais para o abate no ano de 2011 mostrou que os maiores volumes continuam sendo os meses de outubro, com 26%, e setembro com 25%. E o mês de novembro, com 17%, surge como 3ª maior oferta do ano, superando a registrada em agosto, com 14% do total, segundo Imea.
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