Primeiras impressões: Chevrolet Cruze

 

Sedã da GM quer brigar com japoneses, mas faz frente a sul-coreanos.
Modelo global da marca custa a partir de R$ 67,9 mil.

Priscila Dal Poggetto Do G1, em Frankfurt (Alemanha) - A jornalista viajou a convite da Anfavea

imprimir

O lançamento de um sedã médio no Brasil sempre causa preocupação entre concorrentes, por se tratar de um segmento importante para a imagem e a lucratividade da marca. Não vai ser diferente com a chegada do Chevrolet Cruze, agora em setembro, que quer puxar conservadores consumidores de Toyota Corolla e Honda Civic para as 'asas' da marca da ‘gravata borboleta’. A meta da General Motors é de vender 3 mil unidades por mês do modelo que custa de R$ 67.900 a R$ 78.900.

Chevrolet Cruze terá motor 1.8 Flex de 144 cv (Foto: Divulgação)

O carro é o primeiro totalmente global da marca e trouxe um novo conceito de versatilidade aos produtos da montadora. Para chegar a esta fórmula, o modelo demorou cinco anos para ser desenvolvido. No design, a frente e as laterais se destacam pelo movimento inspirado na musculatura de um leopardo. Linhas bem diferentes da traseira, que, apesar de ser um sedã, tem tampa do porta-molas mais curta, e estampa um visual quadrado.

Já o interior tem desenho bem arrojado e chama a atenção. Aliás, o habitáculo é o trunfo do Cruze. Linhas curvas mostram movimento bem interessante, há espaço interno amplo, o que garante conforto a pessoas de pernas cumpridas, e o acabamento tem qualidade, apesar de ser todo em plástico. O visual é arrematado com volante, painel e alavanca de freio inspirados no Camaro.
O G1 avaliou o carro em um percurso de 200 quilômetros pelas estradas da Alemanha. Na verdade, parte do carro porque o motor na Europa não é flex e a transmissão e a suspensão possuem ajustes diferentes.

Modelo tem porta-malas com capacidade para 450 litros (Foto: Divulgação)

A posição de dirigir é confortável, fica fácil acertar o banco. Os ajustes são manuais. A visibilidade do carro também é boa. Mesmo se tratando de um sedã, a percepção traseira não é prejudicada.
Conjunto mecânico
O modelo testado pelo G1 disponibilizado pela GM é o europeu: o motor não é flex e a suspensão é mais dura. Segundo a GM, o motor no Brasil será bicombustível e a suspensão receberá adaptações para o solo brasileiro.

Chevrolet Cruze parte de R$ 67,9 mil (Foto: Divulgação)

O modelo para o Brasil é produzido na fábrica de São Caetano do Sul, no ABC paulista, e virá com motor 1.8 flex de 16 válvulas que desenvolve 144 cavalos de potência e 18,9 kgmf de torque a 3.800 rpm.

Painel de instrumentos tem iluminação 'ice blue'
(Foto: Divulgação)

O desempenho do carro não surpreende, mas também não decepciona. O que pesa contra o modelo é a transmissão automática de seis velocidades, oriunda do México - não tinha a opção manual para testes. A quinta e a sexta marchas são muito longas, o que gera um alto ruído, que passa para o habitáculo. Nas ultrapassagens e retomadas, o carro deixa a desejar.
Por outro lado, além do bom acabamento interno, o sistema de conectividade é bem legal. Destaque para o preciso e rápido GPS.
Conclusão
O Cruze substitui o atual Vectra com classe, por ser um projeto bem melhor. Mas ele não tem fôlego para fazer frente aos japoneses Toyota Corolla e Honda Civic. Ele pode até atrair consumidores de Civic, mas atingirá em cheio antigos consumidores de Chevrolet que se decepcionaram com o Vectra. Em relação às concorrentes, ele estará na disputa lado a lado com o sul-coreano Hyundai Elantra, que também estreia no Brasil na semana que vem.