MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 10 de setembro de 2011

Material com selo de radioatividade faz bombeiro fechar rua em Brasília

 

Embalagem tinha selo da Comissão Nacional de Energia Nuclear.
Produto estava no lixo; iodeto de sódio 131 tem aplicação na medicina.

Do G1 DF
O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil fecharam por quase três horas o acesso a uma quadra da área econômica do setor Sudoeste, em Brasília, após um morador encontrar uma embalagem com um selo da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEM) jogada no lixo. A área foi isolada por orientação da CNEM até a chegada de um técnico do órgão no local.
Embalagem com produto supostamento radioativo (indicada pela seta) encontrada em quadra do Sudoeste Econômico, em Brasília, na manhã deste sábado (10) (Foto: Káthia  Mello/G1)Embalagem com produto supostamento radioativo (indicada pela seta) encontrada em quadra do Sudoeste Econômico, em Brasília, na manhã deste sábado (10) (Foto: Káthia Mello/G1)
A embalagem descreve o produto como sendo iodeto de sódio 131. Segundo informações na página da CNEM, o iodeto de sódio é um produto radioativo usado na medicina no diagnóstico de doenças da glândula tireoide. Por ter uma validade média de oito dias, o produto tem sido substituído em exames pelo iodo 123 ultrapuro, cuja radioatividade dura 13,2 horas.
O técnico da CNEM Adriano de Souza afirmou que a embalagem encontrada estava vazia e com prazo de validade vencido – o selo era de 2008. Apesar disso, Souza disse que se houvesse iodeto e a substância estivesse dentro da validade, o produto poderia provocar queimaduras e até câncer em quem o manuseasse
A embalagem foi recolhida e levada para perícia. Segundo o técnico da CNEM, é possível rastrear a origem do produto a partir do selo. "Vamos fazer isso o mais rapidamente possível", afirmou.
Lembrança do césio 137
Segundo o major dos Bombeiros Hélio Guimarães Pereira, a notificação sobre o descarte da embalagem foi feita por um morador nesta manhã. Na tarde do dia anterior, o porteiro Francisco Aquino, que trabalha na quadra, chegou a manusear a embalagem. Um exame feito no porteiro com um contador Geiger –  aparelho que mede radiação – descartou contaminação.
Técnico da CNEM mede nível de radioatividade em porteiro que manuseou embalagem de material encontrado no lixo, em Brasília (Foto: Káthia  Mello/G1)Técnico da CNEM mede nível de radioatividade em
porteiro que manuseou embalagem de material
achado no lixo, em Brasília (Foto: Káthia Mello/G1)
O porteiro Fransico Aquino disse ter ficado aliviado com o resutado. "As pessoas ficaram falando do césio de Goiânia", disse.
O selo da CNEM levantou o medo de que a radiação do produto pudesse causar danos à saúde, como no caso da cápsula de césio 137 encontrada por catadores de lixo em Goiânia, em 1987, e que se transformou no maior acidente nuclear brasileiro.

A moradora Millene Francine, que já trabalhou com descarte de produtos tóxicos, disse que buscou informações sobre o produto encontrado tão logo ele foi identificado. “Procurei logo me informar que tipo de produto era para ver se era perigoso”, disse.

A advogada Jussara Costa Melo, que mora na quadra que foi interditada, disse ter ficado menos preocupada quando viu a rapidez dos bombeiros em isolar a área. Ela chegou a ser impedida pelos bombeiros de caminhar quando desceu de seu prédio para se exercitar.
O acidente com o Césio 137 ocorreu em 1987. O material radioativo estava em um equipamento médico abandonado em um hospital desativado da cidade. Depois de retirado da máquina, o césio 137 foi vendido para o dono de um ferro-velho. Várias pessoas que tiveram contato com o produto morreram.

Os donos do instituto de radiologia onde estava o equipamento foram condenados por homicídio culposo (quando não há intenção de matar). O material contaminado – mais de 1,6 mil toneladas de entulhos, terra e roupas – foi transferido para um depósito especial em Abadia de Goiás.

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