MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Defesa diz que Dirceu não controlava PT na época do mensalão

 

Ex-ministro do governo Lula é apontado pelo MPF como 'chefe da quadrilha'.
Nas alegações, defesa diz que Dirceu não tinha influência nas contas do PT.

Débora Santos Do G1, em Brasília
Apontado pelo Ministério Público Federal como “chefe da quadrilha”, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu negou que tivesse controle sobre o PT na época do mensalão, o suposto esquema de compra de apoio político de parlamentares durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva Lula.
Um dos 38 réus na ação penal que apura o caso, o ex-ministro entregou nesta quinta-feira (8) ao Supremo Tribunal Federal (STF) suas alegações finais no processo.
O ex-ministro José Dirceu atrás de Lula e de Dilma no congresso do PT (Foto: Reuters)O ex-ministro José Dirceu atrás de Lula e de Dilma
no congresso do PT no começo de setembro (Foto:
Reuters)
Na última defesa antes do julgamento, os advogados do ex-ministro negaram envolvimento do ex-ministro nos crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha.
No documento, a defesa nega que Dirceu tivesse conhecimento do que acontecia nas contas do PT, controladas na época pelo ex-tesoureiro Delúbio Soares, e afirma que não há provas para “sustentar que José Dirceu integrava ou chefiava uma quadrilha”.
“A prova judicial assegurou que José Dirceu se dedicava exclusivamente ao governo, não comandava os atos dos dirigentes do PT, não tinha controle nem ciência das atividades de Delúbio Soares”, afirmou a defesa.
A defesa de Dirceu repetiu argumentos dos advogados de outros réus, que negaram a existência do suposto esquema de corrupção, revelado em 2005 pelo ex-deputado federal e presidente do PTB, Roberto Jefferson.
“Se é insustentável a acusação de formação de quadrilha, a análise do processo demonstra que também não foi provada a existência da imaginada compra de votos ou mesmo a participação de José Dirceu nos repasses de valores que a denúncia tipifica como corrupção ativa”, afirma a defesa assinada pelos advogados José Luis Oliveira Lima e Rodrigo Dall’Acqua.
Delator
Na intenção de inocentar Dirceu das acusações, os advogados colocaram em xeque a “credibilidade” do depoimento de Roberto Jefferson, que foi tomado como base para as acusações.
“A alegação de Jefferson de que a compra de votos existia e era muito comentada na Câmara dos Deputados não apenas deixou de ser confirmada como também foi desmentida por dezenas de testemunhas. (...) Não há nos autos uma única testemunha que confirme a alegação de que a imaginada compra de votos era um escândalo na Câmara ”, disseram os advogados .
Os advogados de Dirceu chamam as acusações feitas pelo presidente do PTB de “descompromissadas”. A defesa afirmam ainda que, apesar de Jefferson ter negado o conhecimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o suposto esquema, pediu diversas vezes ao longo do processo que Lula fosse também denunciado.
Fase final
Com o fim do prazo para alegações finais do réus, o processo do mensalão chegou à fase final nesta quinta-feira (8). Quatro anos depois de aceita a denúncia pelo STF, em 2007, esta é a última manifestação dos advogados antes da elaboração do voto do relator do caso, ministro Joaquim Barbosa.
Na sequência, o processo segue para o ministro Ricardo Lewandowski, que é o revisor neste caso, antes de ser incluído na pauta do plenário. Ainda não há data prevista para o julgamento.

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