MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Alunos de comunidades rurais de MT ficam sem aula por falta de transporte

 

Estudantes da zona rural de Poconé estão sem aulas há duas semanas.
Empresa terceirizada de ônibus parou de trabalhar por falta de pagamento.

Do G1 MT com informações da TV Centro América
Estudantes da zona rural de Poconé, a 104 quilômetros de Cuiabá, estão sem ir à escola há duas semanas por falta de transporte. A empresa de ônibus que prestava serviço terceirizado parou as atividades por falta de pagamento. Agora, a preocupação dos professores, que continuam cumprindo a carga horária mesmo sem aluno, é quanto à reposição das aulas. A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) promete solucionar o problema do repasse até esta sexta-feira (16).
A maioria dos 412 alunos da Escola Estadual Antônio Garcia, localizada na BR-070 entre Cuiabá e Cáceres, está sem ir à aula. "A nossa escola depende 90% do transporte. Todos os nossos alunos são de comunidades vizinhas e assentamentos", disse a diretora da unidade, Rosângela Roquetti. Ela explica que é preciso ter um percentual mínimo de alunos em sala de aula para se considerar período letivo e que atualmente não está sendo atingido, o que afeta todos os alunos da instituição.
A situação tem revoltado os pais dos alunos, que cobram uma solução para o problema. A comerciante Shyrlei Fonseca, por exemplo, considera absurdo ter professores e funcionários na escola sem que os alunos possam frequentar a escola. "Isso é muito revoltante porque a gente está fazendo de tudo para a escola funcionar e é um absurdo ter professor, funcionário e não ter aluno", reclamou.
O estudante Thiago Souza Antunes, de 16 anos, que cursa o 1º ano do ensino médio, mora em um assentamento rural a 25 quilômetros da unidade escolar. Ele diz se sentir prejudicado com a perda de aulas. "Chego aqui na escola e vejo as salas vazias. Não quero parar de estudar, quero me formar", pontuou. Um dos cinco ônibus que fazem o transporte dos alunos está parado no pátio da escola há quase 15 dias.
escola de Poconé - MT (Foto: Reprodução/TVCA)Aulas perdidas pelos alunos deverão ser repostas.
(Foto: Reprodução/TVCA)
Outra reclamação é em relação à precariedade dos veículos, como afirmou a agente comunitária de segurança Maria Aparecida Ferreira. De acordo com a estudante do 2º ano do ensino médio, os ônibus estão velhos, não possuem extintor de incêndio e nem cinto de segurança. Ela estuda no período noturno e diz que todos os dias vai para a escola preocupada se conseguirá retornar porque, segundo ela, os veículos também apresentam problemas no freio e não têm sinal de alerta.
A Secretaria de Educação de Poconé alegou que há dois meses a Secretaria de Estado de Educação não efetua o repasse de recursos ao município. "O município diz que o estado que não repassa o recurso e o estado diz que o município é que não sabe gerir os recursos direito. Enquanto isso, os estudantes e a comunidade escolar ficam em meio a esse impasse", disse o diretor da Escola Estadual Dom Francisco Aquino Corrêa, Jocimar Jesus de Campos.
De 10 alunos da unidade, nove moram na zona rural, segundo o diretor. Com poucos estudantes, as aulas de Português são ministradas no pátio. O problema é que quando normalizar o transporte, os professores são obrigados a passar novamente o conteúdo para os que faltaram.
Por meio de nota à imprensa, a Seduc informou que o atraso no repasse da quinta parcela para o pagamento do transporte escolar se deu por causa de um remanejamento orçamentário nas contas do governo e que a situação será regularizada até esta sexta-feira (16). Ainda de acordo com a Seduc, o governo do estado é responsável pela complementação do transporte na área rural em oito parcelas e que quatro delas já teriam sido pagas. Sobre a frequência escolar dos alunos que ficaram sem ônibus, caberá à assessoria pedagógica de cada município regularizar a reposição das aulas e conteúdos.

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